As vezes a gente escreve no presente a dor do ontem.
É preciso reelaborar a angústia, dá-lhe uma roupagem mais leve...
Gosto de suavizar palavras,...
Se tivesse que escolher, ..o ontem
A nuance da cor preta.
Uma parte do corpo que dóia, metafisicamente, ...o coração.
Uma palavra,...a escuta do silêncio...
Um desejo,..de que a esperança diante do caos seja movimento.
A nuance da cor preta.
Uma parte do corpo que dóia, metafisicamente, ...o coração.
Uma palavra,...a escuta do silêncio...
Um desejo,..de que a esperança diante do caos seja movimento.
E do ontem, confesso,.. tentei escapar diante do que mais gosto de fazer ..
Tentei não sentir a fala.. do outro.
E na fala,..o desespero ...
Na minha lucidez, técnica,..a busca racional de fugir do sofrimento, explícito, travestido no olhar e na voz embargada do outro.Soava como um grito sufocado de desesperança e tristeza.
A garganta ficou seca,...
Construí uma cortina de vidro de papel,...
Naquele momento, não havia médicos, psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais...
Por alguns segundos,.. deixamos de ser peritos...
Uma amiga saiu...Pensei,...serei a próxima...
Peguei o carimbo, desviei o olhar da pintura real da vida desfigurada...
A imagem era a correnteza de um rio .
Emoldurado pelas águas turvas,.. céu cinzento,...anunciando uma tempestade...
Emoldurado pelas águas turvas,.. céu cinzento,...anunciando uma tempestade...
E veio a brisa,... o silêncio compartilhado,...
Guardei o que estava em ebulição para compartilhar com o travesseiro...Guardei o gosto da lágrima para dividir com anjos amigos...
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