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Licao -1

"A única lição que pan pode ensinar a wendy é aprender a voar. A única lição que wendy pode ensinar a pan é aprender a lembrar".


Seres encantados !


20 de out. de 2011

Recorrências



Há algum tempo não passo por aqui.
Andava com o sentimento do medo colado em minhas mãos.
Fiquei paralisada.
Refém de mim mesma.

Buscava a lucidez como libertação.
 E hoje,...
O tão somente agora é revelador.
Há luz por todos os lados.
Vejo a claridade em minhas palavras.
Alimentava-me da esperança do que um dia poderia ser.
Deu-me a certeza da minha insignificância em tua vida.
E da abundância do amor que persistiu e cresceu à sombra da tua ausência.

Tua superficialidade recorrente veio de encontro a minha intensidade também recorrente.
Recolho-me em fragmentos.
E junto às peças confusas que faltavam em mosaico.
Há pontas que machucam.
Outras que hesitam em serem sedimentadas.

Não recolherei as pérolas deixadas no caminho.
São tuas.
O que dói são aquelas que ainda habitam minha alma.
E o desejo recorrente de extirpá-las da minha vida.
Deixaste-me sem escolhas.
Preciso seguir.

28 de set. de 2011

Pessoa.

Nas minhas andanças, esbarrei em Pessoa.
Conversa interminável de tantos anos..
Que provoca  interrogações .
Altera meus sentidos ..

E me faz chegar a mim..


SEGUE O TEU DESTINO
 "Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
 A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
(...)”
Fernando Pessoa (Ricardo Reis)

21 de set. de 2011

Minha Lua



Há algum tempo não respiro palavras escritas.
Passeio pelos escritos como uma visitante das memórias.
Por vezes,  palavras se somam aos meus pensamentos.

Noutras, as mesmas palavras, encontram outros caminhos.
Algumas possuem luz própria, como o sol que irradia por todos os poros.
Outras, se escodem por medo de revela-se.

Ainda retenho, algumas, palavras teimosas.
Fazem parte do exercício da auto disciplina que impus a minha co-existência.
Um fragmento sempre escapa...
E hoje é um daqueles dias.

Onde cabem o sol e a lua numa mesma fração ...
Onde as mãos não alcançam o sentimento.
Onde sobram palavras...
Onde fecho os olhos para respirar tudo a minha volta.


Neste dia,...
Partilho um pouco da lua
E do muito da "minha  terra" ...











 





31 de jul. de 2011

Dilúvio




Tenho pensado no que escrever por esses dias...
Não porque me faltem palavras.
Mas porque ando encharcada de sentimentos...

Feito dilúvio,...sem tempestade, em pleno deserto do Saara..
Preciso filtrar ...
Diluir as cores,...texturas,..
Como uma imagem que precisa ser retocada...
Prosseguir ...
Recorro aos livros para silenciar pensamentos...
Esquecer do que sou.
E relembrar do que ainda há em mim...
Do que resiste ao tempo..







12 de jul. de 2011

Conversando - 1

                                                                         google imagens


Ah, esse é mais um esboço da saudade.
E de tudo que conversamos, em pensamentos, de um tempo que não é o meu.
A falta vem do pouco que dividimos.
E das incertezas que silenciam o movimento.
Poderia aceitar  os desacertos da minha espontaneidade.
Calar a urgência do que ainda não sei...
Se a esperança não fosse um desassossego.


 



26 de jun. de 2011

O meu adeus.



Disse tantas vezes, a mim mesma, que não escreveria sobre esse momento.
Algumas coisas conseguimos guardar.
Outras simplesmente extravasam..

Ainda acredito que dar nome aos machucados é uma forma de reelaborar nossas dores.
A limpeza do que incomoda é algo contraditório porque possibilita processos distintos.
Um através do ordenamento das palavras e outro pela eloquencia do silencio e recolhimento.

Como é que a gente faz de conta que não aconteceu o vivido ?
Como é que a gente esquece o bater de asas dos passarinhos  na janela do  quarto ???
Como esquecer a melodia do amanhecer ???
A sombra da àrvore em cachos ...
Alguém pode me dizer ???..
Alguém pode me dizer como é que a gente contém sentimento ???
Desconfio, que ainda que soubesse, recusaria descobrir  a  sinalização.
Porque sei a medida exata do meu lugar no mundo.
Existir, sentir...

A teimosia não é algo que carregue à tiracolo...
O que acontece, não é resistência ao novo..
É uma tentativa constante de resignificar  sonhos perdidos...
E isso não diz respeito apenas à frustrações...
Mas ao que ficou perdido pelo caminho....
É disso que falo..
É desse sentimento que não tenho a escuta, muito menos a acústica necessária para reverberar junto a ti.

Hoje,...sentada à margem da piscina chorei ...
Toquei a agua aquecida na tentativa de aquietar o coração que desaguava rumo ao oceano...
Agradeci estar sozinha..era o meu momento...com você
Também foi  um reencontro comigo.
E do que sobrou dessa história..

O calor do sol, na manhã fria, foi um carinho...
Precisava capturar o que um dia foi nosso...
Hoje,..já não mais sei o que temos..
O que trago  é a sensação de rupturas...desfiliação...

Não cantarei a cerimônia da despedida.
Também não invocarei um mantra do adeus.
Quando se aproximar o crespúsculo,..
Regarei as plantas do jardim inacabado.
E recolherei as esperanças junto ao coração.

Olhar para trás não me transformaria numa pedra de sal.
Apenas diminuiria o aperto que estrangula a fala.

Algum tempo, quando falar de você, espero não  reviver a melancolia.
Peço que  a minha voz reflita a serenidade da minha alma.
E a força do recomeço em orvalhos...











19 de jun. de 2011

Revisitando a carta : "Minha Amada Imortal"




Vivendo no  limite do impossível.
Invento letras.
Desagrego palavras.
Recorro à cartas..
Pensando na solidão de não compartilhar sentimentos,  tantos, do(s) esquecido(s)...
Viajo no tempo para encontrá-lo...
Revisito  ruas, prédios e  paisagens.
Puro instinto de ouvir histórias  vivas.
Tentativa de compreender minha própria história..

Poderia ficar no conforto do travesseiro, hoje, quase mudo. Tamanha fora a minha disciplina diária em silenciá-lo.Mas o ar rarefeito, da superfície,  impulsiona-me a seguir adiante. E na viagem do eterno retorno, penso em todas as portas que poderiam ser abertas.Penso em todas as janelas milimetricamente vedadas...Penso no barulho das cortinas fechadas pelas tuas mãos...E no quanto o espaço começa a ficar pequeno para tanto que há em mim.

"Meu anjo, meu tudo, meu próprio ser!
 Podemos mudar o fato de que és inteiramente minha e eu inteiramente teu?
 Fica calma, que só contemplando nossa existência com olhos atentos e tranqüilos podemos atingir
 nosso objetivo de viver juntos.
 Continua a me amar, não duvida nunca do fidelíssimo coração de teu amado L.
 Eternamente teu, eternamente minha, eternamente nossos."

                                                            Beethoven.


Memórias Inventadas: TERRA DO NUNCA




Porque algumas coisas na vida nos trazem de volta ao lugar de pertencimento.
Compartilho,  o encantamento de palavras de um poeta e também viajante.
Compartilho a emoção de saber da tua escuta em memórias tecidas em poesia.
Falo do afago de palavras.
Das tuas.


Meus agradecimentos  a memórias inventada : http://niestro.blogspot.com/



"Localizada depois da falta de memória.
Ela cruzava fronteiras com o fim.
Vigiada pelos insetos.O seu chão habitava no ar.

Visitas eram constantes de pessoas que a esquecesse.
Seus vilarejos tinham a mesma idade de Deus.

Um poeta voltava sempre a cidade.Seu tempo era esquecer.
Tinha em tudo, o nada das coisas.

Nesta cidade, moravam pessoas
 que não conseguiam nascer."


homenagem ao blog 'terra do nunca'





                                               memórias inventadas: TERRA DO NUNCA

12 de jun. de 2011

Dia Treze





Há um lugar de pertencimento único a ti.
Esse lugar, imaginário, cruzou as fronteiras da realidade vivida.
Talvez em parte justifique o silêncio prolongado das palavras.

Aprendi, uma regra básica de sobrevivência.
Permanecer no indefinido dos sentimentos para camuflar o nome da palavra que impele aos lábios.
Tenho medo que o conceito do que seja para mim, morra antes de existir em tua boca.

Falo do desejo ...em 13 de junho...




9 de mai. de 2011

salva vidas



Todas as manhãs acordo com o molde do teu sorriso ao lado do travesseiro imaginário.
Afago o lençol com as palavras tecidas pelo tempo.
Refaço o dia em fragmentos.
Recorto o entardecer.
E quando falta o ar, trago instintivamente as mãos ao peito.
Tentativa de fortalecer minha resistência quase perdida.

Todas as manhãs reatualizo as esperanças do esquecimento.
Feito bóia de salva vidas no meio de uma termpestade atemporal.
Boicoto, deliberadamente, os vestígios da memória viva ao prosseguir mar adentro.

Todas as manhãs,dissipo-me por entre  nuvens na tentativa de fazer-me intocável as tuas mãos.
Evoco uma repetição de mantras a cada pequeno passo, em cada abraço.
E exerço, simultaneamente,  uma parte da minha herança recorrente autoritária de exorcismo 

Todas as noites, faço do meu travesseiro uma ãncora de pensamentos.
É pelo ímpeto do indizível que torno-me invisível a ti.

Boa noite, querido  (...)




- Travessão






Desisti de escrever o pensamento porque a fluidez do sentimento desatina os lábios cerrados. 





29 de abr. de 2011

Onivoro



Rubem Alves bate a minha porta.
Revi fragmentos de textos pra saciar parte da alma.
A outra metade,...só vivendo.

O amor é onívoro-quer comer tudo.Comer é a forma mais radical de possuir. Comendo o que estava fora e era outro passa a ser parte do meu próprio corpo.Sou onívoro de sentimentos, de seres, de livros, de acontecimentos e lutas. Comeria toda a terra. Beberia todo o mar, dizia Neruda

23 de abr. de 2011

Páscoa

É conhecer a grandiosidade da vida e do amor ao partilhar uma barra de chocolate ao lado de quem nos faz bem.





E ainda que você, hoje, tenha resistência em acreditar  em coelho de Páscoa.
Há sempre a chance de esperar o dia seguinte como um milagre para o recomeço.




Acredito que essa é  a maior vitória da vida sobre a morte.
 O abraço do sorriso distraído que comove.



E a alegria do  colo  de quem cuida...feito mäe, feito amigo,
                                               .... com o olhar e as palavras certas...




Multiplicação de gestos que acalentam... 
crepúsculo de esperaça.

Feliz Páscoa !


18 de abr. de 2011

That's it !


As coisas mais extraordinárias acontecem quando em repouso. Enquanto fazia café, derramei um pouco do pó no chão.Desprezei o deslize habitual e finalizei serenamente minha refeição favorita.Fiquei  olhando a paisagem, do jardim, por entre a fumaça do café fumegante.Depois, calmamente, levantei e comecei a varrer os grãos e outras coisas mais que  a vassoura encontrava pelo caminho.E pensei alto, sorrindo, "quando chegar à  idade  madura, certamente continuaria varrendo minha cozinha, entretanto, gostaria que alguém recolhesse o  que havia encontrado pelo chão". Descobri, sem querer, meu conceito de felicidade.De tudo mais que a vida nos tira, na pressa, cultuada, do quotidiano, não vejo problemas em carregar algumas "sacolas pesadas".Gostaria, apenas, de dividí-las quando os ombros estivessem cansados.

13 de abr. de 2011

Sobrevivência.


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E tudo mais ficou para trás.
O lampejo disfarçado da lucidez, diária, esvanece a materialidade da fantasia.
Abro as cortinas e percebo a luminosidade da manhã que susurra o momento de recolher os sentimentos.
Deixo escorrer a espontaneidade quando abro a porta (...)
Pesco o olhar por entre às margens escuras do rio.
Ensaio um texto qualquer e faço da causalidade um escudo.
Puro instinto de sobrevivência.

12 de abr. de 2011

Lirismo


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Tentei recuperar o" novo" para não ser excessivamente moderna.Mas esbarro no lirismo camuflado que resiste ao tempo.

8 de abr. de 2011

Minha irmã.



Eu e maninha(5 e 2a)


Amanheci com saudades de você.
E corri pra minha caixa de fotografias na esperança de resgatar uma parte do que fomos.
Fiz do meu riso a sua companhia.
E das mãos que percorriam o álbum, antigo, procurei o seu abraço...
Há dias em que a alma parece ter vida própria.
Encanta-se com o vento.
E recorre às entranhas dos sentimentos.

Na noite passada, queria sentar com você.
Queria usufruir do seu sorriso em cachos
Queria ouvir a sua voz contar uma história qualquer.
Queria calçar os sapatinhos brancos...

Refiz-a em pensamentos.
Ultrapassei a barreira do tempo, da distância,  coloquei-a ao lado.
Do lugar que nunca deixamos de estar.
E das coisas que ainda temos para partilhar,  doce irmã.

Trovoadas



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 Há quem veja beleza nos raios riscando o céu.
O barulho, por vezes assustador, é uma forma que a natureza encontrou de avisar-nos do que pode vir acontecer.Mas o que dizer dos raios desconexos que surgem no horizonte numa tarde de verão ?

A tarde se veste com o manto da noite, feito eclipse não programado, feito erro de rotação da terra, feito correspondência extraviada,..do destino e do lugar que sempre foi o certo.

Caminhastes em outra direção, feito nômade.
Feristes a terra querida.
Retirastes a espontaneidade da brisa..
Caminhei junto a chuva de alma entrecortada.
Sentindo o peso pela respiração que faltava.

Foi a tentativa de compreender o inexplicável que levou-me a um cavaleiro cinza e sem armaduras.Salvastes-me de mim mesma ao provar a dor pela escuta despretensiosa.Tuas palavras trouxeram-me o comforto de um cais do porto imaginável.





28 de mar. de 2011

Harmonia



Quando percebo o silêncio da introspecção rondando a porta.
Recorro à eternidade sábia de Saramago.
Coloco o livro no banco do carro.
Cuido feito filho,
Aceno pelo olhar, e pelo desejo de tocar e digerir o incompreensível.


Atravesso as palavras na bolsa  à tiracolo.
Quando inquieta, comprimo o livro em meu peito.


Converto-o em alças de pensamento.


"Do mesmo modo que ás vezes digo que, em lugar da felicidade, creio na harmonia, penso que o amor é o encontro da harmonia com o outro " (Saramago)




24 de mar. de 2011

Galináceos a vista !

google imagens

O que faz uma mãe perseguir um caminhão cheio de galinhas  em um dia comum  na L4 ?. A felicidade dos passageiros em olhar para os galináceos  e trocar algumas ideias com os bichos.
  • -       mãe, vai mais rápido, !!!
  • -       mãe, encosta perto da caminhão !!!
  • -       olha só a carinha daquela galinha Biel !!!
E não e que encostei !?!

Até Emerson Fittipaldi ficaria orgulhoso de mim com tamanho surrealismo e agilidade !!!
Minha próxima viagem, certamente, será rumo ao campo.
Sair do concreto, do arrumado e certo.
Respirar fundo..
Desacelerar do tempo e esquecer a escravidão inventada das horas.
Ver bichos livres e soltos.

23 de mar. de 2011

Minha estrela : Happy Birthday !!!






Twinkle, twinkle, little star,
How I wonder what you are!
Up above the world so high,
Like a diamond in the sky!

Repeat:
 *Twinkle, twinkle, little star,
How I wonder what you are!*

When the blazing sun is gone,
When he nothing shines upon,
Then you show your little light,
Twinkle, twinkle, all the night.
(*repeat)

Then the traveller in the dark,
Thanks you for your tiny spark,
He could not see which way to go,
If you did not twinkle so.
(*repeat)

In the dark blue sky you keep,
And often through my curtains peep,
For you never shut your eye,
Till the sun is in the sky.
(*repeat)

As your bright and tiny spark,
Lights the traveller in the dark,—
Though I know not what you are,
Twinkle, twinkle, little star.
(*repeat)


É a fortaleza dela que comove..
Espelho da doçura em vida e cores.
De não cansar de entoar uma palavra de amor, incansavelmente, aos meus ouvidos.
E surpreender-me com a profundidade precoce de um coração ainda de menina.
Parece ser o ensaio de uma grande mulher.
Já tão tarde, no beijo da noite, dormindo, esboça um sorriso que dissipa qualquer dúvida e cansaço do dia.
Hoje é seu dia feliz !
beijos e sonhos.

xxx

Mamãe.



Caixinhas



Foi a existência de caixinhas de "diálogo" que levou-me à aventura da escrita fantasiosa.

Tentava compreender onde as partes se encaixavam..

Mistura nebulosa de palavras e sentimentos desencontrados
Poeira de gestos de silêncios

Conversa de sentimentos velados
E a busca pelo reencontro das palavras nunca ditas pelo caminho das reticências.
Forma estranha essa de caminhar.

Hoje, sinto com a lucidez perdida e vejo com a sobriedade das noites escuras.

Aos poucos, percebo a luminosidade  por entre as frechas

Lucidez recortada embriagante. 

8 de mar. de 2011

Conta.

google images

Acordei pensando no tempo que gasto com todas as coisas que são realmente importantes.
E fiquei preocupada com aquelas horas que gastamos com situações e pessoas que entristecem o coração.Resolvi fazer uma conta matemática das coisas e pessoas que somam  à minha existência.

Quando se apropria, a racionalidade se converte numa ferramenta de escolhas poderosa.
No cálculo, as vezes, assusta o saldo.
É quando voce percebe a multiplicação de créditos ficticios.
Percebe retiradas volumosas da sua conta de criação. Aquela que foi solidificando-se ao longo da sua vida. Aquela que algum tempo atrás, evitavas em saber do saldo porque apostava que ele seria suficiente como todas as outras vezes...

Aquela conta  inafiançável, inegociável...parece ter problemas


Percebes, que o resgate não acontece para situações que nunca fizeram depósito verdadeiro de vida.

Contabilmente, algumas pessoas podem ser divididas em categorias simples: receita e despesa.As primeiras nos erguem como pessoas. As segundas, permaneçem no mundo da aparência e dos jogos de convivência.

Descobri que tenho resistência ao excessivo, das faltas, porque retira a graça da espontaneidade.  O desapego é uma técnica de sutilezas consciente daquilo que precisa der superado ou reposto.



28 de fev. de 2011

Bicho de seda


fonte : imagens google



Sentimentos, são como fios de seda.
São fabricados no casulo da lagarta e advém de diversas borboletas.
Comparo os fios como a matéria prima que nos reveste.

E talvez, por essa razão, dizemos com naturalidade, sobre à capacidade que algumas pessoas têm de simultaneamente tecer e desnudar à alma.Feito bicho de seda, a naturalidade do contato humano, verdadeiro, desliza pela alma e é um convite artesanal ao casulo.

É bem verdade, que na ânsia da textura perfeita, atropelamos o prazer do tear.
Com também é verdade, que no tear dos fios soltos, alguns não se deixam enlaçar e preferem continuar matéria prima. 

Esquecem que a beleza dos fios advém da multiplicidade de mariposas.
É o diferente que nos torna únicos e ao mesmo tempo complemento.
Da minha vestimenta, poderás ver a tonalidade da cor,
E se muito perto, poderás ainda sentir a fragrância..    
Poderás até perceber o brilho por entre os fios em formação,.. exclusiva.
 
Entretanto, e textura e a leveza vem do tempo do tear...





















24 de fev. de 2011

Encantamento

Na tessitura da vida, descubro um encantamento milagroso.
Compreendi, a beleza, através do silêncio que transforma a tempestade em calmaria.
Ritual de pouca luz e sem expectadores.
Recolho o olhar e esqueço das mãos.
Ensaio um monólogo de palavras mudas.
Esteio de sentimentos.
Colheita de  pensamentos maturados e reordenados pelo tempo.
Conforto do teu abraço.
Decomposição do apego ao que pertencia a fantasia e sonhos.
Energia de recomposição.
Movimento...

"O inverno cobre minha cabeça, mas uma eterna primavera vive em meu coração."

                                                      Victor Hugo

21 de fev. de 2011

Coxinhas.




Créditos: Bia Martins
Era um dia, comum, como todos os outros.
A diferença vinha da pontinha de interrogação que modificava o semblante naquela manhã de segunda- feira.
A diferença era a ausência de luz no olhar.
A diferença vinha do esquecimento do sorriso.
As vezes incomoda o alinhamento do coração com a linguagem do corpo.
Ah, esse jeito escancarado de sentir...
É uma verdade quase tangível que o jeito meio pele, também,  multiplica algumas alegrias.

Nunca foi movida por grandes acontecimentos porque é o acaso que possibilita à medida do que preciso.
A simplicidade, reconecta-me ao sentimento genuíno de felicidade.
Ainda cansada do dia, vinha a noite que parecia dar trégua no retorno ao lar.
Recebi uma mensagem de amor revigorante.

"Gabriel comprou essas coxinhas no Belline para você. Disse que hoje o seu dia tinha sido difícil e que chegaria cansada e com fome ". Não deixou ninguém comer, disse - essas são para quando a mamãe chegar".

Filhos são anjos em nossas vidas.Ouvem com os olhos e conheçem as nossas necessidades como ninguém.

Não desconfiava de que tudo que precisava era de algumas coxinhas de frango na madrugada e a cabeça  do meu filho recostada no lado esquerdo do peito.
Adormeci achando que estava no céu.








E vejo flores em você !!!






                                    (...)

                    Quero viver meu presente..

E lembrar tudo depois...
Nessa vida passageira
Eu sou eu, você é você.
Isso é o que mais me agrada
Isso é o que me faz dizer...
Que vejo flores em você!...

Que vejo flores em você!
Que vejo flores em você!
Que vejo flores em você!


Que vejo flores em você!...




Composição : Ira

16 de fev. de 2011

Sintonia

Quando acontece ao trocar de estação.
Na pressa das idas.
Entre um sinal fechado.
Prossigo querendo encontrar um lugar, uma resposta.
E não é que, mais que de repente, vem um aconhego de melodia !?!?! 

Pensei em parar o carro pra escrever, como tantas vezes, fragmentos de  uma música desconhecida.
Já parou o carro pra copiar uma canção do coração ?.
Estacionei tantas vezes o veículo no acostamento tentando escrever, o que ouvia, que perdi a noção do tempo.

Nessas ocasiões, disfarço que atendo o celular.Acho mais normal do que explicar que estava tentando apurar meus ouvidos para entender uma música.

Isso não é tudo !.Já interroguei garçons em bares e vendedoras de lojas.Intercepto pessoas para perguntar sobre uma canção que parece ter significado único para mim.

Já fechou os vidros pra se sentir mais livre para soltar a voz e esconder a timidez do momento de felicidade ?
Hoje pensei, não lembrarei da canção.
Dessa vez foi diferente, deve ser sinal de maturidade inconsciente.


Harmonia
Sá e Guarabira

Como um bixo da rua pode ter?
A alegria da rua pra morar
Como aquele que não te pode ter
Mas te tem os pedaços que encontrar
Entre o povo apressado na estação
Tem a felicidade de um olhar
Um momento qualquer de emoção, de harmonia

Uma noite se faz de escurecer
Madrugada se faz de clarear
Mas a luz no escuro faz nascer
Todo brilho da noite seu luar
De manhã o escuro ao morrer
Vai nos mudar de dia e de prazer
É assim que a gente vai viver em harmonia, harmonia

harmonia (3x)

Harmonia é ver o sol nascer
Como o brilho da lua ainda lá
Harmonia é a rua e é você
É a luz do escuro no olhar
Que desejo tão fácil de se ter
Que presente difícil de ganhar
Mas é sina do homem procurar, harmonia

Harmonia ( 3x)

14 de fev. de 2011

Até onde ?

"Carrego o teu coração comigo.
Eu o carrego  em meu coração. Nunca estou sem ele(onde eu vou tu vais)
 ...
  Aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes.

 E. E. Cummings






Será que há um limite para o sentir ?
Até onde vai o meu coração ?
Poderia ser a plenitude do infinito esse lugar ?

Onde mais poderia machucar ?
Da ponte do teu abraço contido ?
Ou do espelho dos meus olhos  ?

Onde mais poderia ir ?
Nenhum lugar, pois estás comigo.

Conduz-me ao desconhecido.
Retiras  o melhor de mim pela tua volúpia e nada somas à minha existência.
Convida-me, silenciosamente, a um mundo do qual nunca pertenci.
E  sofro nesse mundo em que é estranho ser diferente.
Recolho meu sorriso pra não se misturar ao teu.
E novamente sentir o sabor da doçura cativada adormecida.


Mais uma vez, partilho de lábios cerrados, o que jamais saberás.
Da parte que ainda  tens.
E da força, atemporal, de afastá-lo do meu jardim.





3 de fev. de 2011

Saldo de Férias




Saber de um sentimento de outro mundo.
Esquecer das horas e despertar quando o corpo sentir que é chegada a hora.
Tentar fazer dos dias os mais longos e felizes.
Reencontrar os laços e tentar compreender à árvore genealógica da família.
Ter o chinelo ao alcançe das mãos para qualquer compromisso.
Tirar a areia do calção, dependurar o biquine no varal.
O tenis serve pra proteger os pés das manobras do skate.
Esquecer do dinheiro mas levar o cartão de crédito.
Aprender a dançar uma música.
Se aninhar na cama e no sofá  pra ver tv ou conversar sobre o mundo, os sonhos, as dores.
Fazer do diálogo um caminho para a esperança.    
Ler livros na varanda e brincar com os grãos de areia trazidos pelo vento.
Jogar poker, onde perder ou ganhar não faz a menor diferença.
Fazer da desorganização uma festa convidativa !
Acompanhar todos os filmes, dançar sem motivos e gravar  as músicas cantadas da estação favorita do rádio, do clube, dos engarrafamentos, das idas e vindas para todos os lugares, até mesmo os incertos.
Perder o fôlego de rir,  se machucar na brincadeira, e cair de novo...
Fazer da sorveteria o santuário de gostos, cores e sabores.
E assim, terminam as férias,
Com os planos para as próximas que se aproximam, pelo pensamento, e deixam saudades no coração.
descansado e pronto para viver novas aventuras.






















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